No país, primeira manifestação de rua ocorreu em 1892.
Foi em Porto Alegre, capital gaúcha, que ocorreu em 1892 a primeira comemoração do 1° de Maio em praça pública no Brasil. O evento foi realizado um ano depois de a Segunda Internacional Socialista decidir que seria um dia de luta em todos os países. Quem lembra este fato é o historiador Raul Carrion. Ele acrescenta, ainda, que foi o ano do assassinato — em Rio Grande, pela Polícia — de quatro lideranças operárias ligadas ao Partido Comunista do Brasil. Em uma manifestação de 1° de Maio, eles lutavam pela reabertura da União Operária de Rio Grande, que havia sido fechada oito meses antes pelo ministro da Justiça.
As origens

Os trabalhadores norte-americanos, aprovaram, então, a realização de uma grande greve geral pela jornada de oito horas. Como diziam eles, sem distinção de sexo, ofício ou idade. E marcaram a data de 1° de maio de 1886. A greve se iniciou na data marcada, se estendeu a mais de cinco mil fábricas e a cerca de 240 mil trabalhadores. Em muitos lugares os patrões cederam, reduziram a jornada de trabalho. Porém em Chicago, que era a segunda maior cidade dos EUA, houve um grave confronto. Já dias antes, a chamada livre imprensa colocou-se a serviço dos patrões e nos dias que antederam a greve, o Chicago Times, por exemplo, dizia: “A prisão e o trabalho forçado, são a única solução para a questão social, o melhor alimento para os grevistas será o chumbo”.
Logo, a greve atingiu grandes proporções em Chicago. Sucederam-se grandes atos de rua e, além dos confrontos que foram ocorrendo, no dia 4 de maio os trabalhadores foram atacados com grande violência pela polícia. Foram mortos e feridos dezenas deles. Foi declarado estado de sítio, os sindicatos foram fechados, e milhares de operários presos pelo crime de defenderem oito horas de trabalho, oito horas de descanso e oito horas de estudo.
Não satisfeitos com essa repressão violenta, os patrões exigiram ainda o julgamento e a condenação dos líderes do movimento. Foi montada então uma farsa jurídica e selecionadas oito das principais lideranças grevistas. Na sua maioria anarquistas. Destes, sete foram condenados à morte e um deles a 15 anos de prisão. Pouco depois, outros dois tiveram suas penas de morte transformadas em prisão perpétua. Terminado o processo, que demorou um certo tempo, em fins de 1887, quatro deles – Spies, Fischer, Engels e Parsons, foram enforcados, o quinto apareceu morto na sua cela. Seis anos depois, o processo foi anulado por conta de todas as suas irregularidades e os três que ainda estavam presos foram libertados.
Em 1891, a II Internacional Socialista, aprovou no Congresso de Bruxelas que no dia 1° de Maio haveria demonstração única para todos os trabalhadores, de todos os países, com caráter de afirmação de luta de classes e reivindicação de oito horas de trabalho. Em os primeiros de maio que se seguiram houve greves, manifestações, choques com a polícia, e não era feriado.
Isto levou a uma situação em que as próprias elites burguesas decidiram que o melhor caminho seria tirar este caráter de luta, revolucionário, do 1° de Maio. E procuraram, nos diversos países, transformar em feriado que denominaram Dia do Trabalho e, desta forma, procurar que estas mobilizações que se davam com grande combatividade fossem transformadas em meras festas.
Fonte: Brasil de Fato.
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